sábado, 26 de outubro de 2013

arranjos

Neste post vou concentrar meus arranjos para violão. São muitos e dá um trabalhão deixá-los redondos, por isso, não tenha pressa.

Pedacinho do céu:



  • Release 08/2013

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Deus colocou duas crianças em um de seus Jardins.


Deus colocou duas crianças para brincarem em um de seus jardins. Desta vez não o chamou de Adão, não a chamou de Eva. Deu-os nomes sim, mas crianças que eram, brincaram quarenta anos e nunca perguntaram seus nomes.
Crianças não precisam de nomes. São amigos, irmãos, manos, primos, pai e mãe. Criança se conhece por cheiro, por cor de cabelo, de pele, por olhos, por penteado, por aquele, por sorriso, por choro. 
Criança coloca nome nas coisas, caca, miau, au-au, dindin, meleca, computador, tese, orientador, emprego, arvore, fruto, mas não em gente.
Por quarenta anos se ver era uma alegria, mas não se ver não era triste. Brincaram, se esconderam, se acharam, se machucaram, se curaram, se perderam, se encontraram, choraram e riram. Juntos e separados.
Mas crianças que eram e ao contrário dos primeiros, não pecaram.
E quarenta anos se passaram. E nunca precisaram de nomes. Para as crianças, quem precisa de nome é coisa, não gente.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Oração pelo rapaz do amém.

Nos últimos dias, têm sido publicados vários vídeos de um certo cidadão pastor falando coisas nada cidadãs e nada cristãs. Em um destes vídeos, me incomodou a presença de um rapaz de camisa social branca e uma gravata preta, que, concordava com os absurdos que o pastor dizia, levado pela emoção do momento.

A imagem deste rapaz ficou na minha mente, até que resolvi escrever esta crônica em forma de oração, que coloquei o nome de "Oração pelo rapaz do amém!".


Senhor nosso Deus,
Deus que criou o universo,
E criou mais um ou dois,
Criou a Terra e a terra,
as aves e Richard Bach.

Criou o mar de Copacabana e as praias de Liverpool.
Que criou o bem, que suportou o mal.

O Deus que tudo conhece, que tudo vê,
O Deus que acredita no homem que duvida dele,
O Deus que sabe o que passa na mente de cada um.

O Deus que deixou um livro para ser lido,
O Deus que ensina a ler.
O Deus de Paulo Freire,
O Deus do Caminho Suave.

O Deus que perdoa,
Que perdoa sete vezes,
Setenta vezes sete,
E mesmo sabendo de tudo,
Perde a conta e perdoa novamente.

A ti Senhor, venho pedir,
Pelo rapaz do amém.
Eu não sei o seu nome,
Sei quase nada sobre ele,
Mas tu o conheces.

Ele diz amém,
Quando deveria duvidar,
Ele diz Gloria a Deus,
Quando deveria questionar,
Ele se veste de gravata,
Quando deveria se rasgar.

Ele diz amém,
Quando deveria ler,
Ele diz Gloria a Deus,
Quando deveria dizer chega,
Ele se veste de branco,
Quando deveria sair as ruas.

Mas sei Senhor,
Que este jovem,
Quer se chegar a ti.

Não lendo,
Não questionando,
Não duvidando,
Mas dizendo Amém
A quem ele acredita que diz a verdade,

Por isso peço que o perdoes,
Perdão porque ele concorda com a morte de um inocente,
Por que ele diz Amém
Quando acha estão fazendo sua vontade.
Que ele diz Gloria a Deus
Porque fez-se injustiça.

Peço que perdoes,
Porque ele pensa que Sua Justiça
Não o atinge
Por causa da gravata,
Da roupa branca,
Do amém.

Peço que perdoes,
Porque ele pensa que ouvir
Que sentir
Vale mais que ler.
E que concordar
Vale mais que questionar.

Peço que perdoes,
Porque ele acredita nos homens de Deus,
Mas não lê a palavra de Deus,
Para se tornar um.

Peço que perdoes,
Porque tanto tempo se passou,
E eles ainda não sabem o que fazem.

Peço finalmente,
Que proteja os que questionam,
Os que se rasgam,
Os que lêm,
Os que choram,
Os que imaginam,
Os que dão uma chance a paz,
Os que são um pouco ciumentos.

Porque tanto tempo se passou
E ainda não sabemos o que fazemos.

Por todos nós,

Amém.