Sobre o que agente tá falando mesmo?
Agente estamos falando de um álbum histórico da banda de Rock Ultraje a Rigor, lançado no início dos anos 90. A banda, que todo mundo conhece, com sua critica acida a sociedade em geral, surge nos malucos anos 80, num pais sul-americano que tenta viver sem censura e encontrar seu caminho, depois que tem seu primeiro presidente civil ainda que eleito indiretamente morto por problemas intestinais e um senhor de bigodes que tenta desesperadamente tirar o país de uma hiperinflação usando métodos também intestinais.
Na terra da carroça do Collor, eleito e deposto pelo povo (agente não sabemos escolher presidente), o Vinil começa a deixar a cena e alguns mais abastados começam a ouvir musicas em CDs.
Neste contexto, o Ultraje faz uma ótima festa de despedida ao Vinil e a década, com o que ficaria entre seu terceiro e quinto disco. O álbum “Por quê Ultraje a Rigor?”. O “Por quê ” é um álbum nada convencional, não é sempre que uma banda ou artista, resolve de repente lançar em um único álbum a lista de todas as suas influencias. Poucas foram as que fizeram isso e a formula ainda hoje é rara.
O “Por quê ” tem de tudo um pouco: De vinhetas de programas como “Os monstros”, a uma interpretação, pra mim definitiva de Bárbara Anne dos Beach Boys, “Quatro Cabeludos” do Roberto e Erasmo e “Mauro Bundinha” a primeira musica do grupo.
O que tem de legal em tudo isso? É, na época assumir uma tiatagem a Roberto Carlos não era exatamente ser popular entre o publico Rock n Roll, e talvez não seja até hoje. Beatles todo mundo sabe o nome dos quatro integrantes de cor, mas fale o nome dos integrantes dos Beach Boys, sem consultar no Google! Isso é legal ! A partir deste disco você vai ouvir estes músicos com outros ouvidos.
Outra coisa genial e rara em discos, é que o encarte trás os acordes das músicas. Ta, hoje é fácil procurar no Google qualquer tablatura, mas pense em 1992 que nem Celular existia direito! E outra coisa genial é que só tem os acordes e não tem os tempos. Pra juntar tudo precisa um pouco de experimentação.
O encarte da capa é assinado por Joshua Hogler, profundo conhecedor da historia da banda e trás um resumo da historia da banda até ali. E tem a famosa história de porque a banda se chama “Ultraje a Rigor”? Na época era pergunta obrigatória de entrevistadores desavisados – “Por quê Ultraje a Rigor”? E neste encarte está a historia para ninguém mais ter duvida. Não acredito que as perguntas tenham diminuído, mas ta lá, inclusive para orientar os calouros a roqueiro como batizar sua futura banda de sucesso.
Apesar de não ter sido o disco mais vendido da banda, cerca de 90.000 exemplares e não ter emplacado nenhum hit nas rádios, nem ter musica em abertura de novela, o “Por quê ” é um disco de festa de despedida do Vinil, é uma banda que sempre prezou pela simpatia abrindo sua memória e mostrando pros garotos: - Olha, nós crescemos ouvindo isso, vendo estes programas na TV, imitando essa gente. Vão por este caminho, reinterpretem suas influencias que vocês vão longe.
Talvez poucos tenham aprendido a lição e pouco rock se fez depois disso, mas a lição ta aí para quem queira aprender.
Mas afinal, quem é Joshua Hogler?
Talvez, depois de respondido “Por quê Ultraje a Rigor?” A pergunta agora seja “Por quê Joshua Hogler?”
Como e quando o vinil chegou nas minhas mãos?
Comprei no Sebo Historia, atualmente “Outras historias” em Rio Claro, não sei a data exata em que comprei, mas deve ter sido por volta de 1999 quando eu quase que diariamente este sebo a procura de coisas interessantes. Foi comprado em ótimo estado, todo plastificado. Usei muito, mas ainda está muito conservado.
Como este disco mudou minha cabeça?
Antes dele eu não tinha muita noção da importância de bandas como Beach Boys e o próprio Roberto Carlos pro Rock Nacional. Foi procurando de onde vinham as músicas deste álbum que cheguei em muita raiz. Outra coisa legal foi acompanhar na minha guitarra os acordes do encarte. Toquei muito com este disco rolando.
Por quê o vinil é mais legal que o CD?
A vantagem do CD é que tem a faixa “Slow Down” versão gripada, que hoje você pode ouvir na própria pagina do Ultraje, de resto este é um álbum de despedida do Vinil e deve ser ouvido como tal. O lado A abre com a vinheta de “Os monstros” e o lado B abre com a vinheta de “Walk Right Back”. E ao fim de Twist and Shout você tem de tirar o disco e colocar o lado B. Isso parece pouco hoje, mas tem um sentido quase zen de você estar próximo ao disco quando ele começa. Isso tudo sem contar que disco pula, arranha e tem uma sonoridade própria para o objetivo do disco. E tem até uma brincadeira que não fará sentido nenhum no CD. Ao final do lado A e B tem um ruído como de arranhão, isso no CD é quase como legenda em filme Pornô.
Por quê eu acho que você deveria tê-lo?
Se você é fã do Ultraje, você já deve ter este álbum na sua coleção, então não vou receitá-lo, mas se você pretende montar uma banda de rock ou gosta de tocar sua guitarra e cantar, esse disco também deve constar de sua coleção, pra ver um pouco dessa atitude rock&roll de protestar, reclamar, mas não perder o bom humor e nem a inteligência. É um guia para você procurar o que influenciou o Rock Brasil e que em geral é escondido, como Roberto Carlos, Beach Boys e musica de TV. A contracapa assinada pelo tal Joshua Hogler é um compendio que deveria se chamar: “Tudo o que você precisa saber sobre uma banda de Rock”. Do visual, passando pela atitude, até a escolha do nome. Impossível você ouvir este disco, ler seu encarte e não pensar em ter uma banda.
Além deste...
Além deste, eu tenho toda a discografia em Vinil do Ultraje e a maioria dos lançados em CD. Destaco o excelente Acústico da MTV e o obrigatório “Nós vamos invadir a sua praia”. Tenho o CD “Dois em Um” devidamente autografado. Citei lá em cima o Spaghetti que segue a mesma linha de entregar as influências da banda e pelas mesmas razões, recomendo. Entretanto, o encarte do Spaghetti é bem pobre! Falarei deste em outro POST. Existem outros discos que são despedidas do Vinil e alguns saudosistas que talvez escreva mais a frente.
Das duas vezes que encontrei Roger Rocha Moreira pessoalmente. Cena 1. Estou eu andando, carregando caixas na Condex 1988, acredito, quando esbarro com um cidadão louro, com uma trança que vai até a cintura. Foi uma cacetada e tanto. Parei pra pedir desculpas, ele disse sorrindo – “Vai ficar ruim pra tocar guitarra, mas eu dou um jeito, HEHEHE – Que nada não foi nada não e vc ta legal?” – “Não tudo bem. Falou, falou !” respondi e segui o caminho. O cara que tava comigo – “Você viu quem era? O Roger do Ultraje”. Cena 2. Inicio de 1996 e eu preciso fazer umas entrevistas com usuários de uma novidade que estava surgindo no mercado brasileiro, a Internet, pro meu curso de redes do mestrado. Entrei em contato com algumas BBS (tipo provedores da época) e poucos usam o recurso, algumas acham que é uma moda passageira, até que entro em contato com a Mandic de São Paulo. Eles me recomendam mandar uma mensagem para um usuário deles que por falar e escrever muito bem em Inglês, era o primeiro a usar o recurso. O nome “Roger Rocha Moreira”! Me arrepiei em ver a resposta à minha mensagem ser respondida rapidamente “Se quiser mandar as perguntas por email eu te respondo rapidinho, se quiser ligar pro estúdio estou por lá tal horário”. Perguntei umas coisas por email, mas não resisti e liguei. “Oi, eu sou o cara que derrubou umas caixas de computador há uns anos atrás em você na Condex e não te reconheci!” – “Essa cena deve ter sido ótima, queria estar lá para ter visto, o que você precisa?”. O trabalho ficou perdido em alguma prateleira do professor e posteriormente deve ter ido pro lixo, mas naquele papo fizemos algumas previsões que estão se concretizando hoje, como você poder entrar em contato com seus ídolos diretamente. |
Um comentário:
TENHO ESSE VINIL DA LOJA POIS MINHA MÃE É FÃ DO ULTRAJE DESDE 1985 E EM 1991 ELA COMPROU ESSE VINIL ENTÃO OUÇO DESDE CRIANCINHA,MEU NOME É ROGER POR CAUSA DO ULTRAJE MINHA MÃE OLHOU NA CAPA DO VINIL DO SEXO E FICOU PENSANDO ROGER OU LEOSPA GRAÇAS A DEUS ROGER
SOU FÃ DO ULTRAJE E TENHO RARIDADES QUE SÃO HERANÇA DE MINHA MÃE
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